Trabalhar na Olimpíada no "auxílio ao controle de
acesso aos Jogos", uma função-chave da segurança, é uma oportunidade que
ainda está disponível aos interessados.
Para se inscrever, bastar ter ensino médio. O salário é de
R$ 26 ao dia, mais um lanche.
A 16 dias da Olimpíada, o processo de seleção de 5.000
operadores de detectores de metal e aparelhos de raio-x ainda está em
andamento.
O procedimento para a contratação é sumário: análise de
currículo, palestra, leitura de uma apostila e prova virtual.
Para especialistas, a seleção é marcada pelo improviso,
colocando em risco a segurança dos Jogos.
"Os gestores deixam o evento vulnerável com essa
escolha no improviso", opinou o antropólogo Paulo Storani, especialista em
segurança de grandes eventos.
"Isso não pode ser levado a sério. Não é em uma
entrevista que você verifica se alguém está capacitado para exercer essa
função", afirmou o delegado federal aposentado Ângelo Gioia, que já atuou
na fiscalização de empresas de segurança na PF.
OUTRO LADO
A Sesge, ligada ao Ministério da Justiça, diz que a Força
Nacional de Segurança vai supervisionar os funcionários privados que
controlarão o acesso às instalações olímpicas. Policiais farão revistas
pessoais, quando necessário, e checagem de credenciais e demais exigências de
acesso.
Profissionais do Depen (Departamento Penitenciário Nacional)
irão monitorar os equipamentos utilizados.
Segundo a Sesge, a Artel é especializada "na operação
de equipamentos de inspeção eletrônica de pessoas, bagagens e cargas".
Sobre o processo de seleção de pessoal, o órgão federal
limitou-se a dizer que avaliou os antecedentes de 30 mil candidatos.
A Simetria informou que o curso on-line é de
responsabilidade da Sesge e que não tem qualquer gerência ou conhecimento de
conteúdo.
O representante da Artel, Deivison Scheffer Jacinto, não foi
localizado pela Folha para comentar o caso.