Procura-se um homo sapiens capaz de fazer isso acontecer
Guilherme Fiuza, O Globo
Dilma chegou lá.
Conseguiu enfim bater a popularidade de Collor na época do
impeachment. Alcançou um dígito de aprovação (9%), segundo o Ibope, e 68% de
rejeição.
A façanha se deu logo após a confissão de Ricardo Pessoa, o
homem-bomba das empreiteiras.
Ele confirmou que financiou a campanha de Dilma em 2014 com
dinheiro roubado da Petrobras.
É o flagrante definitivo do nacionalismo companheiro. O que
faz uma mulher sapiens diante de tal obscenidade?
Faz o de sempre: joga areia nos olhos da plateia, como
diagnosticou Fernando Gabeira. Mas a tática de embaralhar e confundir, quando
utilizada por uma pessoa embaralhada e confusa, produz um resultado esquisito.
“Não confio em delator”, rebateu Dilma, atirando no
mensageiro. A presidente explicou que a ditadura tentou fazê-la delatar seus
companheiros, e ela não aceitou.
Até Joaquim Barbosa surgiu de seu exílio para dizer que
Dilma feriu o instituto da delação premiada com esse paralelo estapafúrdio.
Mas Joaquim não entende nada da lógica companheira.