Com 129 mil habitantes, Apucarana pode contar com até 19
vereadores, mas entidades e a população defendem a manutenção das atuais 11
cadeiras na Câmara.
Apesar da resistência dos vereadores de Apucarana (Norte)
que defendem o aumento de cadeiras para a próxima legislatura, o clima é de
apreensão na Casa com a investida dos eleitores que devem apresentar um projeto
de iniciativa popular fixando em 11 o número de parlamentares – esse é o número
atual, mas no início de 2013 a Câmara decidiu ampliar para 19, valendo já em
2017.
De acordo com o presidente do Observatório Social de
Apucarana, Mauro de Oliveira Carlos, a coleta de assinaturas para o projeto
popular está em andamento.
Para ser aceita, a matéria deve estar embasada por, no
mínimo, 5 mil assinaturas, ou seja, 5% do eleitorado apucaranense. Estima-se
que consigam mais de 15 mil. Já para alterar a lei em vigor, que determina 19
vereadores na Câmara, a comunidade vai precisar de pelo menos oito votos
favoráveis na Casa.
Segundo o presidente do Legislativo, José Deco de Araújo
(PR), seis votos estariam praticamente certos.
"Conseguir mais dois votos, com a presença constante
dos eleitores na Câmara, fazendo pressão não será tão difícil",
contabilizou.
Deco, embora defenda 15 parlamentares, revelou que votará
com o possível projeto popular para o recuo no número de parlamentares.
Conforme emenda constitucional de 2009, municípios que tem
entre 120 mil e 160 habitantes podem chegar até a 19 parlamentares. Apucarana
tem 129 mil, segundo estimativas do IBGE.
Assim que a elevação de cadeiras se tornou conhecida, a
população foi às galerias cobrar a revisão da norma e uma proposta amistosa
começou a ser costurada com a intermediação, inclusive do Ministério Público
(MP) do Paraná, definindo 15 vereadores.
Porém, alguns parlamentares insistiram em 17 cadeiras e aí a
conversa acabou, conforme o presidente do Observatório Social de Apucarana.
"Eu estava otimista com a negociação, seria uma solução
democrática, mas de repente começaram a mudar o acordo e decidimos encerrar o
diálogo", disse ele, lembrando que o prazo para uma solução vence em
outubro, um ano antes das eleições.
Deco estava na presidência da Mesa quando a Casa aprovou o
aumento para 19 cadeiras, que fazia parte de um projeto de revisão do
regimento. Questionado sobre a mudança de posição agora, o vereador justificou
que a situação econômica do País, "em crescimento" permitia o gasto
adicional na Câmara. "Atualmente, esse aumento está na contramão da
situação econômica do país. Naquela época em que aprovamos a realidade era
outra."
Para o presidente do Observatório, Mauro de Oliveira Carlos,
"os vereadores pensaram neles e não no povo quando aprovaram o aumento de
cadeiras".
De acordo com ele, a ampliação do número de vereadores não
significa aumento de representatividade popular.
"Cada vereador tem que representar toda a população e
não os seus grupos." O projeto de iniciativa popular deve ser apresentado
assim que os parlamentares retornarem do recesso.
Fonte: Folha de Londrina
Fonte: Folha de Londrina