quinta-feira, 21 de março de 2013

CURITIBA - Joice Hasselmann emite nota sobre denúncia que entregou ao Gaeco

A jornalista Joice Hasselmann publicou, há pouco, nota sobre sua decisão de entregar ao Ministério Público – Gaeco, as fitas e provas que a levaram a anunciar “uma bomba no coração do Palácio”. É o que segue:
Sobre as últimas informações que causaram e causam frisson no Centro Cívico e foram trazidas por este blog com o título “bomba no coração do Palácio” quero esclarecer que:
1- O caso já foi devidamente encaminhando às autoridades competentes, inclusive ao GAECO, onde estive ontem. A medida foi tomada pela gravidade da denúncia e para que haja uma investigação profissional. Também por causa de pressões recebidas de todos os lados. O orgão que combate o crime organizado é o mais indicado para investigar o caso.
2- A decisão foi tomada também por causa de intimidações e ameaças. Telefonemas, bilhetes, torpedos e recados marotos tentam criar a política do pânico. Ao que tudo indica há também “papagaios de fora” forjando situações para envolver terceiros nas ameaças.
3- Pedi a quebra do meu sigilo telefônico, em especial dos últimos dez dias, ou do período que os investigadores assim entenderem melhor. Assim ficará simples ver de onde vieram as principais ligações, inclusive de que gabinetes seja do executivo ou legislativo e descobrir de onde partiram de fato alguns telefonemas e SMS, inclusive os que vieram escondidos sobre a condição de “número restrito”. Com a quebra do meu sigilo telefônico automaticamente haverá respaldo para pedido de quebra também do sigilo de terceiros que apareçam como suspeitos nas intimidações. A medida é de suma importância no momento, até para que haja tranquilidade para o exercício da atividade profissional de jornalista.
4- Coloco à disposição meu sigilo bancário, dos últimos 8 anos, período que estou na capital e já deixo à disposição por quanto tempo os órgãos de investigação acharem necessário. Não vou permitir insinuações de que eu poderia “acertar” com quem quer que seja. Só gente com pouca massa encefálica ou muita má fé tentaria levantar esse balão de ensaio. Basta lembrar o que aconteceu quando importante representante da Assembleia mandou recado para “acertar” a situação em um caso envolvendo denúncia que fiz há mais de um ano quando eu ainda comandava uma rádio de notícias na capital. Fui para o ar, disse que daria nome e sobrenome do deputado que mandou recado da propina e encaminhei o caso ao MP. A pressão subiu, a dele e a interna no antigo veículo. Eu mudei de casa, mas mantive a decência.
5- Quanto a gravação esclareço que ela foi feita por terceiro e não por mim. O sigilo da fonte permanece preservado, o que é um direito constitucional. Creio que uma perícia feita no áudio, se aceito como prova pela justiça, poderá facilmente identificar os envolvidos no bate-papo.
6- Quanto a construtora em questão esclareço que, segundo a denúncia, ela é origem baiana, atua no Brasil inteiro e como boa parte desse nicho tem problemas com as justiças estadual e federal.
Reitero para tranquilizar os amigos que já que busquei todos os meios de segurança e o conforto legal que a situação exige.
Obrigada pelas ligações e emails de apoio.
Fonte: Fabio Campana