Senador paranaense desfere ataques a críticos da gestão econômica de Dilma, como os irmãos Luiz Carlos e José Roberto Mendonça de Barros, além de banqueiros e ex-presidentes do Banco Central; ele fala ainda de “especialistas” ouvidos todos os dias pela Globonews e pela CBN, e editorialistas de “jornalões”, apresentadores e comentaristas; e por fim questiona: “Quem se habilita a montar, com seriedade, um programa para o Brasil?”
Ao discursar em Plenário nesta quarta-feira (20), o senador
Roberto Requião (PMDB-PR) ironizou críticos da gestão de Dilma Rousseff, como
os irmãos Luiz Carlos e José Roberto Mendonça de Barros, a quem chamou de
“fantasmas”. O senador disse que banqueiros, ex-presidentes do Banco Central e
“notáveis da oposição” também fazem parte dessa “finíssima coleção de
espectros”.
Requião lembrou que Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente
do BNDES e ex-ministro das Comunicações no governo de Fernando Henrique
Cardoso, afirmou recentemente que Dilma impôs “condições inaceitáveis” às
concessionárias privadas. O economista José Roberto, por sua vez, teria feito
críticas à forma como o governo vem lidando com o setor elétrico.
– As reprimendas foram tão incisivas que, assustado,
vieram-me à lembrança aqueles anos, entre 1995 e 2002, quando o Brasil quebrou
três vezes e não foi possível ver todos os estragos da débâcle porque houve um
apagão – recordou o senador.
Requião destacou que o “coro financeiro é encorpado agora
por notáveis da oposição, ‘especialistas’ ouvidos todos os dias pela Globonews
e pela CBN e por colunistas multiuso que nada entendem de tudo”. Também se
comportam da mesma maneira, segundo Requião, editorialistas de “jornalões”,
apresentadores e comentaristas de televisão, economistas e analistas de
mercado.
Contabilidade criativa
Ao rebater as críticas da oposição que acusam o governo de
usar uma “contabilidade criativa” para chegar ao superávit primário registrado
em 2012, Requião citou argumento apresentado pelo economista Luiz Gonzaga
Belluzzo (em artigo escrito com Júlio Gomes de Almeida): “Não é novidade o uso
de receitas não recorrentes para engordar o superávit primário. Assim foi feito
nos anos 1990, na ‘era das privatizações’. Isso não impediu a escalada da
dívida pública entre 1995 e 1999. Nesse período, a dívida saltou de 28% do PIB
para 44,5%”.
– Estarreço-me com a revelação. Contabilidade criativa nos
dois períodos do governo tucano? O PSDB também fez isso? Não posso acreditar –
ironizou Requião.
Por outro lado, o senador frisou que também tem críticas à
atuação do governo. Ele disse que não se sente aterrorizado com a
“contabilidade criativa”, e sim com a “ideologia do superávit primário”; não se
preocupa com o aumento da inflação, mas com a corrosão da base industrial do
país; não se incomoda com o crescimento da inadimplência, mas com “a
fragilidade de uma política econômica ancorada no consumo, no crédito
consignado e na exportação de commodities”; não se assusta com a expansão dos
gastos públicos, e sim com a paralisia das obras de infra-estrutura e a
“lentíssima” execução do Orçamento da União; não se apavora com o desacordo em
relação às metas econômicas, mas com as próprias metas, “camisa-de-força
imposta pelo mercado”; entre outras questões.
– Quem se habilita a montar, com seriedade, um programa para
o Brasil? – questionou, ao concluir seu discurso.
Fonte: Blog do Esmael