Viviani Costa - Equipe Folha
A suspeita de invasão ao banco de dados de um colégio
particular da cidade de Coronel Vivida, no Sudoeste, resultou na prisão de um
professor de 21 anos que teria oferecido as respostas de uma prova a um
adolescente. O aluno teria acesso ao gabarito em troca de favores sexuais.
O delegado Rômulo Contin Ventrella, que atua em Coronel
Vivida, ressaltou que a denúncia foi feita há dois meses pela direção da
escola, após receber o relato do aluno.
"Ele não aceitou a proposta e informou a direção do
colégio. De imediato, os diretores pensaram que uma pessoa de fora teria
invadido a rede interna de computadores para ter acesso às provas. Mas a
investigação apontou que o próprio professor que dava aulas no colégio e tinha
acesso livre ao sistema oferecia as provas pelas redes sociais", explicou
o delegado.
Conforme as investigações, o professor criou um perfil falso
nas redes sociais e passou a assediar meninos na faixa etária de 15 anos.
"Ele fazia um jogo de erro e acerto. Se alguém puxasse
conversa, ele tentava assediar", explicou.
Logo após a denúncia feita à direção da escola, o professor
apagou o perfil falso das redes sociais.
No entanto, a Polícia Civil conseguiu recuperar todas as
informações relacionadas ao rapaz, inclusive as mensagens enviadas aos alunos.
Pais dos adolescentes e funcionários do colégio foram
ouvidos.
"Outro adolescente, aluno da rede pública, disse que
teve relações sexuais com o professor em duas ocasiões. Nesses episódios, o
professor ofereceu dinheiro, bebida e cigarro", detalhou.
O professor também atuava na cidade de Chopinzinho. Duas
vítimas haviam sido identificadas até a tarde de ontem. Os dois adolescentes
moram em Coronel Vivida.
O professor preso neste final de semana não teve o nome
divulgado e deve responder pelo crime de favorecimento à prostituição.
A pena varia de 4 a 10 anos de prisão. Ele foi encaminhado à
carceragem da cidade de Pato Branco.
DISCURSO SEDUTOR
Na manhã desta segunda (11), um rapaz de 24 anos foi preso
por policiais civis do município de Ipiranga, na região dos Campos Gerais.
Ele é investigado por abusar sexualmente de três meninas de
12 anos. A apuração iniciada há um mês aponta que os crimes teriam ocorrido
durante cinco anos.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, além da
prisão do suspeito, dois mandados de busca e apreensão e um de condução
coercitiva também foram cumpridos durante a operação batizada de Discurso
Sedutor.
Antes abordar as vítimas, o jovem se aproximava dos pais e
os abusos ocorriam dentro das residências. O suspeito deve responder por
estupro de vulnerável e por coação no curso do processo, já que também teria
ameaçado testemunhas. A pena prevista é de até 19 anos de detenção.
A promotora Luciana Linero, do Centro de Apoio Operacional
das Promotorias da Criança e do Adolescente, destaca que 90% das ações penais
que tramitam na área da infância e adolescência em Curitiba estão relacionadas
a casos de abusos sexuais.
"Os pais devem estar bem atentos ao comportamento dos
filhos. Quando isso ocorre, eles costumam demonstrar alterações, ficam mais
quietos, choram, ficam mais irritados, não conseguem se concentrar... É
importantíssimo também que os pais acompanhem as redes sociais e as ações dos
filhos nessas redes. Há muitos perfis falsos. Temos casos bem complicados em
que os abusadores aproveitam essa facilidade da internet para atrair os adolescentes",
lembrou.
Casos de abuso sexual podem ser denunciados por meio do
disque 100. Ao entrar em contato, não é necessário se identificar e a denúncia
é repassada, simultaneamente, aos órgãos responsáveis por apurar os fatos.