A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a Operação Boca Livre, que tem como alvos empresas que atuam na captação de recursos por meio da Lei Rouanet.
Uma das suspeitas é a empresa Bellini Cultural, responsável
pela captação de incentivos, por meio da Lei Rouanet, para a publicação de
livros, promoção de grandes artistas, como Roberto Carlos e Daniela Mercury, e
exposições de painéis fotográficos.
Ao todo estão sendo cumpridos 14 mandados de prisão
temporária e 37 de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito
Federal.
Os investigadores apontam que, ao longo de 20 anos, o grupo
criminoso conseguiu abocanhar 180 milhões de reais em projetos a partir de
superfaturamento de contratos, notas fiscais falsas e projetos duplicados.
Segundo a PF, eventos corporativos, shows com artistas
famosos em festas privadas, livros institucionais e até mesmo um casamento
foram financiados com dinheiro público obtido por meio da Lei Rouanet.
Na operação de hoje, além da Bellini, são citadas as
empresas Scania, KPMG e o escritório de advocacia Demarest, Roldão, Intermedica
Notre Dame, Laboratório Cristalia, Lojas 100, Nycomed Produtos Farmacêuticos e
Cecil.
Os presos são acusados de organização criminosa, peculato,
estelionato contra União, crime contra a ordem tributária e falsidade
ideológica.