Foi publicada na edição desta quarta-feira (11/05) no Diário
Oficial da União a portaria n⁰ 92 do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) que reajusta o preço mínimo do trigo para safra 2016/17.
Por lei, a medida foi publicada com atraso de quatro meses,
pois deveria ter sido editada em 11 de janeiro de 2016 (60 dias antes do
plantio do trigo).
O Decreto-Lei 79, de 19 de dezembro de 1966, ainda vigente,
instituiu as normas para a fixação de preços mínimos e execução das operações
de financiamento e aquisição de produtos agropecuários, estabelecendo como
regra a publicação da portaria pelo MAPA com antecedência de no mínimo 60 dias
do início das épocas de plantio.
O preço mínimo do trigo no Sul passa de R$ 34,98 para R$
38,65 a saca de 60 Kg, aumento de 10,5%, que não cobre os custos de produção.
Conforme levantamento da SEAB, o custo de produção variável do trigo no Paraná
passou de R$34,79 na safra passada para R$40,86 na safra atual, aumento de 17%.
Os custos de produção foram impactados pelo aumento de
insumos como adubos, que subiram em média 24% no período, enquanto os herbicidas
tiveram aumento de 13%.
Os custos de produção foram impactados pelo aumento de
insumos como adubos, que subiram em média 24% no período, enquanto os
herbicidas tiveram aumento de 13%. No Sudeste, sobe de R$ 38,49 para R$ 42,53,
aumento de 10,5%.
Já no Centro-Oeste e na Bahia, o valor da saca sai de R$
38,49 para R$ 44,26, reajuste de 15%. Os novos valores valerão a partir de
julho.
Na avaliação da FAEP, a medida foi adotada tardiamente, pois
o produtor paranaense de trigo faz o planejamento da safra de inverno entre
novembro e janeiro e a contratação de crédito rural se concentra no período de
janeiro a abril.
No Paraná, a estimativa de área de plantio em 2016 é 14%
menor que ano passado, devido aos melhores preços do milho safrinha e pela
ineficácia do apoio das políticas agrícolas.
A área esse ano é de 1,15 milhão de hectares, 15% já
plantado, em boas condições de desenvolvimento. A produção esperada está em
3,48 milhões de toneladas.
No Brasil, a área estimada é 14% menor no levantamento de
maio do IBGE, saindo de 2,4 milhões de hectares no ano passado para 2,1 milhões
de hectares em 2016.
Vale lembrar que em 2015 houve quebra de produção de trigo
devido principalmente às chuvas excessivas no período de colheita.
Devido a isso, apesar da redução de área, a produção
prevista em 2016 é superior 5,3%, chegando a 5,8 milhões de toneladas.
Em média a produção brasileira representa 50% do consumo
interno de trigo do país de 11,5 milhões de toneladas.
O trigo é o principal produto na pauta de importações do
Brasil. Os outros 50% para suprir a demanda nacional são importados da
Argentina, Paraguai, Uruguai, Estados Unidos e Canadá, com gastos em divisas de
US$1,21 bilhão em 2015 para comprar trigo importado, equivalente a R$ 4
bilhões, considerando o dólar médio de R$3,34 no ano passado.