sábado, 14 de maio de 2016

Ex-deputado Protógenes Queiroz é considerado foragido pela Justiça

A Justiça Federal expediu nesta sexta-feira (13) mandado de prisão contra o ex-delegado da Polícia Federal e ex-deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP).
Como suspeita-se que ele esteja fora do país, a juíza Andreia Moruzzi solicitou que autoridades internacionais, como a Interpol, fossem alertadas.
O ex-delegado foi condenado em novembro de 2010 pela prática dos crimes de violação de sigilo funcional e fraude processual na Operação Satiagraha, que apurou esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o banco Opportunity.
Segundo decisão divulgada pelo site Consultor Jurídico e confirmada pela assessoria da Justiça Federal em São Paulo, o ex-delegado não deu início ao cumprimento da pena de prestação de serviços à comunidade, mudou de endereço e não compareceu à audiência. Por isso, a condenação foi convertida para pena privativa de liberdade.
A juíza responsável pelo caso também solicitou uma "difusão vermelha", procedimento no qual autoridades policiais internacionais são notificadas. O alerta foi emitido porque Protógenes estaria na Suíça, diz o site.
A Folha não conseguiu contato com a defesa do ex-deputado.
SATIAGRAHA
A operação Satiagraha foi anulada porque a PF teria obtido interceptações telefônicas de maneira ilegal.
Protógenes acabou afastado das investigações.Em outubro de 2015, ele foi demitido do cargo de delegado federal pelo Ministério da Justiça.
Segundo a pasta, o ex-delegado utilizou-se "abusivamente da condição de funcionário policial", praticou "ato lesivo da honra ou do patrimônio da pessoa, com abuso ou desvio de poder, ou sem competência legal", submeteu "pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou constrangimento não autorizado em lei" e revelou "segredo do qual se apropriou em razão do cargo".
O banqueiro Daniel Dantas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta -morto em 2009- e o investidor Naji Nahas chegaram a ser presos em decorrência da operação, em julho de 2008.
Mais à frente, no entanto, a Satiagraha foi anulada porque a Polícia Federal teria obtido interceptações telefônicas de maneira ilegal.