Cristiana Bento, titular da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente Vítima (DCAV) |
"Minha convicção é que houve estupro", disse, em
entrevista coletiva, Cristiana Bento, delegada da Delegacia da Criança e do
Adolescente Vítima (DCAV).
O chefe da Polícia Civil do Rio, Fernando Veloso, também tem
a mesma opinião.
"As imagens retratadas no vídeo mostram mais de uma voz,
fazem narrativa do estupro acontecido antes. Ele toca e manipula a jovem, que
parece estar desacordada. Este ato é um estupro. Este estupro está evidenciado
nas imagens. Se elas forem verdadeiras, e parecem verdadeiras, esse estupro
está comprovado."
Diz que os suspeitos também falam no vídeo de um estupro
anterior, "mas não há prova material no vídeo". "A fala dos
retratados constitui um indício, assim como o depoimento da vítima. Não
duvidamos do estupro anterior, mas não temos a mesma robustez das provas."
De acordo com Veloso, o laudo pericial foi prejudicado por
causa da demora da vítima em fazer o registro na polícia e o exame de corpo de
delito. O exame foi realizado no dia 25 de maio, quatro dias após o crime.
Segundo ele, no entanto, o vídeo é suficiente para comprovar o crime.
Raí de Souza, 22, se entregou à polícia e está preso |
Houve seis ordens de prisão expedidas pela Justiça contra
Raí de Souza, Lucas Perdomo Duarte Santos, Michel Brasil, Raphael Belo, Marcelo
Corrêa e Sergio Luiz da Silva Junior.
Esse último, conhecido como "Da Rússia", é
apontado como chefe do tráfico do morro da Barão, onde ficava a casa em que a
menina foi estuprada.
Por enquanto, apenas Raí se entregou e o jogador Lucas
Santos foi preso em flagrante.
Raí disse ter tido relações sexuais com a menina, mas negou
o estupro. Ele afirmou também que estava no local no momento da gravação, que
teria sido feita por um traficante da área.
"A prisão temporária foi decretada para determinar
quantas pessoas praticaram esse crime. Mas que houve, houve", disse a
delegada, que listou entre os crimes estupro de vulnerável, produzir cenas de
sexo com menor de idade e distribuí-la, desrespeitando o ECA (Estatuto da
Criança e do Adolescente).
"Essa menina precisa de proteção, precisa de
cuidados", diz a delegada, ressaltando que ela não deveria estar sendo
julgada pela sociedade sobre sua conduta. "Fica evidente que a vítima está
coagida, com medo de falar."