O motivo foi a sessão da Câmara que autorizou o impeachment
de Dilma Rousseff. A chamada "missa dos parlamentares", que é
realizada mensalmente, foi prestigiada desta vez pelos deputados Esperidião
Amin (PP-SC), Rôney Nemer (PP-DF), Flavinho (PSB-SP), Gorete Pereira (PR-CE),
entre outros, além do senador catarinense Dário Berger (PMDB).
Sobrou para Bolsonaro
Ao final, dom Leonardo deixou uma bronca aos parlamentares.
Ele criticou a sessão que autorizou o processo de impeachment, em que os
deputados defenderam seu voto por diferentes razões, inclusive em nome de Deus.
Ele pediu mais cuidado dos parlamentares com a palavra e os
questionou sobre seus papéis. "Afinal, não são os senhores e senhoras que
representam o povo brasileiro? Acho que esse cuidado temos que ter cada vez
mais."
Dom Leonardo também fez uma referência direta à manifestação
do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que homenageou o Coronel Brilhante Ustra,
reconhecido pela Justiça como torturador no período de ditadura militar.
"Ode a um torturador? Isso não é ser cristão. Não existe nenhum valor que
possa ser colocado diante de uma afirmação como essa, feita em plenário",
disse dom Leonardo.
Desculpas
Dom Leonardo se desculpou com os parlamentares por tocar no
assunto. "Os senhores me desculpem por colocar essa questão, mas isso
realmente me inquieta, como bispo, como cristão, me inquieta como
brasileiro."
O bispo também falou sobre a resistência que a população tem
criado com a classe política e sobre um "movimento forte na sociedade
brasileira não apenas contra o político, mas contra a política".
Para finalizar o sermão, dom Leonardo pediu que todos se
unissem "Temos que nos dar as mãos e trabalhar", disse ao puxar uma
"Ave Maria", que foi acompanhada pelos deputados.