quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Cerveró afirma que Dilma “sabia de tudo de Pasadena”

Cerveró relatou que Dilma “acompanhava tudo de perto” da refinaria de Pasadena e que fez várias reuniões com a petista para tratar do assunto.
O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou, na minuta preliminar de sua delação premiada, que a presidente Dilma Rousseff “sabia de tudo de Pasadena” e que ela “me cobrava diretamente”.
Na avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU), a compra da refinaria nos Estados Unidos teve superfaturamento de US$ 792 milhões e foi adquirida após encaminhamento favorável da petista, quando era presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
Informações publicadas pelo site do jornal Folha de S.Paulo, o acordo da delação premiada foi assinado, na última quarta-feira (18).
Antes da assinatura, a defesa de Cerveró entregou à Procuradoria Geral da República (PGR) evidências de que o senador Delcídio Amaral (PT-MS), junto ao banqueiro André Esteves do BTG Pactual, tentou obstruir as investigações da operação Lava Jato e demover o ex-diretor da Petrobras a não firmar acordo de delação com a Justiça.
Tanto Delcídio quanto Esteves foram presos pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (25).
De acordo ainda com a reportagem, as informações sobre a minuta da delação foram repassadas pelo senador petista em reunião com o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, e com o filho do ex-diretor, Bernardo, durante a discussão de um acordo em que Cerveró livraria Delcídio e o banqueiro.
Apesar de ser um documento sigiloso, a minuta foi lida para os participantes do encontro. O senador afirmou que Cerveró relatou que Dilma “acompanhava tudo de perto” da refinaria de Pasadena e que fez várias reuniões com a petista para tratar do assunto.
A delação premiada, apesar de assinada, ainda não foi homologada pela Justiça. Nos seus depoimentos, Cerveró também teria falado que a operação de Pasadena rendeu dinheiro para Delcídio.
O senador petista também afirmou que conversou com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) – que havia sido indicado em agosto e empossado no fim de setembro – que poderia dar uma decisão favorável ao pedido de habeas corpus para Cerveró e o ex-diretor Renato Duque.