terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Gaeco diz que vítimas de exploração sexual eram procuradas em escolas

Com a conclusão de mais inquéritos, o fotógrafo e ex-assessor do governo Marcelo Caramori foi indiciado novamente
Londrina - O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) concluiu três novos inquéritos relacionados a suspeitas de crimes de exploração sexual.
Dessa vez, o fotógrafo e ex-assessor da Casa Civil Marcelo Caramori, o ex-delegado regional da Receita Estadual José Luiz Favoreto Pereira e o investigador afastado da Polícia Civil Jefferson Pereira dos Santos foram indiciados por favorecimento à prostituição.
Apenas Caramori acumulou ainda indiciamento por estupro de vulnerável, porque teria se relacionado com uma adolescente de 13 anos.
De acordo com o delegado do Gaeco, Ernandes Cezar Alves, os investigados demonstravam preferência por meninas que estavam no Ensino Médio.
"A maioria das vítimas estudava no mesmo período na escola e algumas eram até colegas de sala. Eram alunas de várias escolas, de várias regiões da cidade. As aliciadoras abordavam as meninas e as amigas também indicavam outras estudantes", revelou.
Conforme apuração do Gaeco, o investigador Jefferson Pereira dos Santos teria feito programas sexuais com três adolescentes de 14 anos.
O ex-delegado regional da Receita Estadual José Luiz Favoreto Pereira teria se relacionado com quatro vítimas, sendo uma de 15 anos, outra de 16 e duas de 17.
O fotógrafo e ex-assessor Marcelo Caramori teria se envolvido sexualmente com uma adolescente de 13 anos, uma de 14 e duas de 16.
"Algumas vítimas se relacionaram com mais de um investigado. São aproximadamente 20 adolescentes identificadas até o momento", afirmou o delegado do Gaeco.
Desde janeiro, com a prisão do auditor da Receita Estadual Luiz Antônio de Souza, sete inquéritos relacionados à exploração sexual já foram concluídos pelo Gaeco.
"De certa forma, é uma rede de exploração sexual com várias aliciadoras e vários usuários, mas ainda não há um vínculo entre eles que caracterize organização criminosa", ponderou Ernandes. Os indiciamentos, segundo ele, foram feitos com base nos depoimentos das adolescentes, no reconhecimento dos investigados pelas vítimas e em mensagens e ligações de celular.
Os documentos seguem agora para o Ministério Público, que já propôs três denúncias à Justiça embasadas nos inquéritos concluídos anteriormente.
Os quatro homens permanecem detidos. Na manhã de ontem, uma das jovens investigadas, Carla de Jesus, de 19 anos, suspeita de ter aliciado meninas para encontros sexuais, formalizou novo depoimento junto ao Gaeco com a expectativa de conseguir a liberdade por meio de um acordo de delação premiada. Desde o início das investigações, Carla permanece no 3º Distrito Policial.
O advogado de Favoreto disse que não teve acesso ao inquérito e preferiu não comentar o assunto. O representante de Caramori negou que ele tenha praticado crimes. Os advogados dos demais investigados não foram encontrados.
Fonte: Folha de Londrina