Luís Fernando Wiltemburg - Folha de Londrina
A prometida "bala de prata" acabou se tornando um
tiro no pé do candidato ao governo do Paraná Roberto Requião (PMDB).
O peemedebista foi surpreendido com a presença de Orlando
Pessuti (PMDB), seu ex-vice-governador e atual desafeto, criticando-o no
programa eleitoral de Beto Richa (PSDB). Além disso, a Justiça Eleitoral
concedeu um minuto do espaço para o tucano se defender de acusações no programa
de ontem.
Pessuti faz parte da ala do PMDB que preferia uma aliança
com o PSDB. Mas, lançado como pré-candidato, Requião conseguiu em convenção
partidária o direito de concorrer ao quarto mandato ao Palácio Iguaçu.
Um acordo interno permitiu que os dissidentes subissem em
palanques com tucanos, mas a presença em horário eleitoral gratuito de
adversários seguia vetada.
O desafeto de Requião entrou nos últimos segundos do
programa de Beto - que esperava a suposta "bomba" que poderia mudar o
resultado das eleições, prometida para a noite de ontem pelo senador.
Apresentado como governador do Paraná, posto que assumiu
após a renúncia de Requião para disputar o Senado Federal, em 2010, Pessuti
iniciou o discurso afirmando que "sempre que tem eleição com Requião, tem
armação". Além disso, fez um pedido ao eleitor: "Não vote no
candidato Requião".
Em seguida, criticou o caráter do ex-aliado, afirmando que
quando se tem opinião diferente da do candidato, Requião ofende familiares e
equipe.
Disse ainda que as campanhas do peemedebista são recheadas
de ofensas e mentiras e terminou preparando os eleitores para o ataque que
viria a seguir.
Entretanto, o programa de Requião abriu com o direito de
resposta concedido a Beto, de um minuto, para se defender da acusação de que
teria permitido a comemoração do aniversário de uma facção criminosa dentro da
Penitenciária do Piraquara – segundo a versão oficial, a festa foi em
comemoração à Semana do Encarcerado.
Luiz Fernando Delazari, que auxilia o jurídico da campanha
de Requião, disse que a coligação vai pedir direito de resposta porque Pessuti,
como filiado a outra legenda, não poderia aparecer no programa de Beto.
Também afirmou que, devido ao tempo mais curto, a
"bomba" seria veiculada na TV15, transmitida pelo site de campanha,
que estava fora do ar até o fechamento da edição.
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