O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil sofreu variação
negativa de 0,6% no segundo trimestre de 2014 comparado ao resultado dos três
meses imediatamente anteriores - informou nesta sexta-feira, 28, o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nesta versão das Contas Nacionais, também foram revisados os
dados do primeiro trimestre deste ano: a alta de 0,2%, anunciada em maio, foi
corrigida para recuo de 0,2% ante o último trimestre de 2013.
Foi revisado para baixo também o terceiro trimestre de 2013,
da queda de 0,3% para 0,6%.
Esse resultado e o do último trimestre só não foram
inferiores ao do primeiro trimestre de 2009, quando a atividade econômica
regrediu 1,7%.
Entre as três atividades econômicas componentes do PIB, a
indústria teve o pior desempenho no segundo trimestre: queda de 1,5%. O setor
de serviços, recuou 0,5%. A produção da agropecuária subiu 0,2%.
Fica constatada, assim, a recessão técnica da atividade
econômica brasileira. Ela ocorre quando, por duas vezes seguidas, a soma
trimestral da produção de riquezas de um país é menor que a obtida
anteriormente.
Ou seja, embora essa tese não seja unânime, na prática, boa
parte de economistas e analistas de mercado consideram agora que o PIB do
Brasil entrou em processo de redução.
A última vez que isso aconteceu foi no auge da crise
financeira mundial, entre outubro de 2008 e fevereiro de 2009 - mostra a base
de dados do IBGE.
As turbulências da economia internacional eram
incomparavelmente mais severas que as atuais - ainda que, até hoje, a economia
mundial não tenha recuperado totalmente a prosperidade de antes.
Com esse resultado, o atual governo retoma, em seu último
ano de mandato, cenário econômico semelhante ao do primeiro semestre de Luiz
Inácio Lula da Silva na Presidência.
A variação negativa do PIB no primeiro semestre de 2003, por
outro lado, viria a ser revertida para uma taxa anual média de crescimento de
4,0%, conquistada entre 2003 e 2010 - bem acima do ritmo de expansão média de
2,3% por ano do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002.
O mercado aposta nesta ano, mostra pesquisa do Banco
Central, em avanço de 0,7% no PIB deste ano.
Caso isso se confirme, a média de crescimento deste governo
será de 1,7%.