Mário Caldonazo escreveu livro onde questiona divergências históricas.
Para ele, a imagem de Tiradentes foi criada como jogada de
marketing.
Um advogado de Varginha (MG) questiona a história de
Tiradentes que é contada pelos livros. Mário Caldonazo tenta provar que o
mártir não morreu barbudo e cabeludo, conforme contam as publicações de
história.
Nesta segunda-feira (21) é celebrada a data em que
Tiradentes foi morto no ano de 1792. Tiradentes foi o único de todos os
inconfidentes presos que foi condenado à morte.
O resultado de 6 meses de estudo do advogado deu origem ao livro “A Defesa dos Inconfidentes: Justiça ainda que tardia a um digno advogado” que será publicado ainda este ano.
O resultado de 6 meses de estudo do advogado deu origem ao livro “A Defesa dos Inconfidentes: Justiça ainda que tardia a um digno advogado” que será publicado ainda este ano.
Nele, o advogado apresenta as conclusões dos estudos, que o
levam a crer nas divergências históricas.
“Meu objetivo é fazer com que a verdadeira história seja
conhecida, nem que seja aos poucos”, disse.
Caldonazo ficou surpreso ao descobrir que a versão contada
nas escolas e as imagens impressas em livros didáticos são diferentes.
“Nada mais é do que um marketing feito pela Corte Portuguesa
na tentativa de eleger um herói nacional. Não existe nenhuma imagem de como ele
era. Não havia fotografia naquela época e nenhum historiador confirma as
reproduções. Eu questiono a aparência porque era proibido usar barba e cabelo
comprido no período em que a história aconteceu. Por isso, acredito que ele,
como os outros, tenha sido enforcado com a cabeça e a barba raspadas”, contou.
O advogado conta que fez as ‘descobertas’ enquanto lia sobre
o trabalho do defensor público designado para defender os 29 acusados da
Inconfidência Mineira.
O advogado estudou os 10 volumes do processo original do
movimento da Inconfidência Mineira. O processo durou de 1789 a 1791 e
Tiradentes foi interrogado 11 vezes.
Ele diz ainda que o advogado que atuou como defensor dos
réus da inconfidência mineira, incluindo o Tiradentes, teve apenas 21 dias para
ler todo o processo e elaborar os argumentos de defesa.
De acordo com os livros de história, Tiradentes teria sido
enforcado por assumir a autoria da liderança do movimento, mas segundo os
estudos do advogado, Tiradentes teria feito isso em um ato de heroísmo para não
comprometer os colegas.
“Em muitos textos aparecem informações divergentes sobre
isso e sobre Tiradentes, e o fato dele ter sido condenado à morte mostra isso”,
disse.
Outra divergência apresentada pelos livros é de que Joaquim
José da Silva Xavier tivesse nascido em Tiradentes.
Na verdade, o mártir nasceu na Fazenda do Pombal, no ano de
1746, em São João Del Rei. O fato foi reconhecido pela Justiça em 2009.
Tiradentes
O apelido de "Tiradentes" veio da profissão de
dentista que ele exercera.
No entanto, o ofício que mais o promoveu foi o de soldado,
que o levou ao movimento da Inconfidência Mineira, que buscava a libertação do
Brasil diante da monarquia portuguesa no final do século XVIII.
Durante o movimento, notícias de que os inconfidentes
tentariam derrubar o governo de Portugal chegaram aos ouvidos do imperador, que
decretou a prisão deles.
Tiradentes, para defender seus amigos, assumiu toda a
responsabilidade pelo movimento e foi condenado à morte.
O governo fez questão de mostrar em praça pública o
sofrimento de Tiradentes a fim de inibir a população de fazer manifestos contra
a corte.