Cumprindo seu papel, a FAEP desde o início se posicionou
tentando evitar essa novela. Primeiro orientando o Ministério do Meio Ambiente
sobre os erros que o programa de computador apresentava e depois capacitando
sindicatos, instrutores, funcionários, etc. para o preenchimento do Cadastro
Ambiental Rural (CAR).
Percebendo que, mesmo com todos os esforços, não seria
possível a realização do cadastro de todas as propriedades rurais, a FAEP
pressionou, mediante diversos ofícios à ministra Izabella Teixeira e solicitou
aos parlamentares da bancada paranaense e da Frente Parlamentar da
Agropecuária, que se sensibilizassem em relação à necessidade de prorrogação.
A demora no anúncio, criou um estresse desnecessário que
lamentavelmente, mesmo com a confirmação da prorrogação do CAR, ainda nos fará
lidar com as consequências de um grande número de preenchimentos errados para o
cumprimento do prazo, resultando em problemas na análise dessa documentação.
Sem contar o fato de que, curiosamente, a presidente Dilma
Rousseff “passou a bola” ao ministério do Meio Ambiente, ao delegar a
prorrogação do prazo do CAR. Ela tinha a oportunidade de “ficar de bem” com
mais de 5 milhões de produtores rurais do país, cerca de 530 mil no Paraná, se
simplesmente assinasse o decreto de prorrogação.
Aliás, é o que prevê a própria Lei 12.651/2012, no artigo
29, parágrafo 3º, onde está a competência do “chefe do executivo” para essa
medida.
Até prova em contrário, Dilma Rousseff é a presidente do
Brasil e a transferência do anúncio para a ministra soa, não só curioso, mas um
gesto de falta de sensibilidade política de um governo tão carente de boas
notícias.
Ágide Meneguette, presidente
da Federação da Agricultura do Paraná