domingo, 12 de junho de 2016

Nota à imprensa

Com relação à notícia veiculada nesta sexta-feira, 10 de junho, pelo site de notícias “NP Diário”, do Norte Pioneiro, sob o título “MP recomenda extinção de hospital”, o Ministério Público do Paraná esclarece que:
- No dia 23 de maio, a 2ª Promotoria de Justiça de Ibaiti ajuizou ação civil pública contra a Fundação Hospitalar de Saúde Municipal de Ibaiti, requerendo a extinção da Fundação Hospitalar, e não o fechamento do hospital.
- Em caráter de urgência (ou seja, em pedido de antecipação de tutela), a Promotoria requereu à Justiça que a prestação de serviços médicos e odontológicos e o fornecimento de medicamentos passem a ser de responsabilidade do Município de Ibaiti, que utilizaria, provisoriamente, estrutura, bens e pessoal da Fundação, para que a população não seja prejudicada.
- O MP-PR solicitou, ainda, que no prazo de seis meses, o Município realize procedimento licitatório para a contratação de empresas com vista ao fornecimento de medicamentos e à prestação dos demais serviços. Do mesmo modo, deverá fazer o levantamento de todos os dados necessários para a elaboração de um plano de cargos e salários e para a realização de concurso público destinado à contratação de servidores, bem como para a implantação de ponto eletrônico de registro de frequência individual em todas as repartições do Departamento Municipal de Saúde.
- A Promotoria solicitou, também, a nomeação de um interventor judicial e a fixação de multa diária, no valor de R$ 2 mil, em caso de qualquer interrupção ou prejuízo à prestação de serviços de assistência à saúde da população.
- O juízo da Vara da Fazenda Pública de Ibaiti determinou que a Fundação Hospitalar e o Município de Ibaiti fossem intimados do pedido do MP-PR, para que se manifestem no prazo de 72 horas, antes de apreciar a antecipação de tutela requerida pelo Ministério Público.
O caso
A Fundação Hospitalar de Saúde Municipal de Ibaiti foi instituída em 1989 para a prestação de serviços médicos, hospitalares e odontológicos. Desde então, segundo a ação do MP-PR, vinha praticando inúmeras irregularidades, como contratações diretas de servidores e empresas de acordo com influência pessoal junto ao presidente da instituição, além do pagamento indevido de gratificações e vantagens aos servidores e de licitações fraudulentas, causando, assim, dano ao patrimônio público.
Ainda conforme consta na ação, dentre os servidores contratados, vários trabalhavam em desvio de função, colocando até mesmo em risco a integridade física dos pacientes. Havia, ainda, confusão patrimonial e de pessoal entre a Fundação Hospitalar de Saúde Municipal de Ibaiti, o Fundo Municipal de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde de Ibaiti. De acordo com a ação, a direção de todos os órgãos se concentrava em poder de uma única pessoa, nomeada pelo prefeito e estando, portanto, submetida a suas ordens.
Diante da situação, que “se arrasta por anos”, sem nenhuma medida tomada por qualquer gestor municipal para a regularização dos fatos, o Ministério Público do Paraná requereu, na Justiça, a extinção da Fundação e a regularização de todo o serviço de saúde da cidade, conforme consta na inicial.