O grupo dos detidos será extraditado para os Estados Unidos
a fim de uma maior investigação sobre o assunto na federação mais importante do
futebol mundial.
Segundo nota oficial do Departamento de Justiça
norte-americano, 14 réus são acusados de extorsão, fraude e conspiração para
lavagem de dinheiro, entre outros delitos, em um "esquema de 24 anos para
enriquecer através da corrupção no futebol".
Sete deles foram presos na Suíça. Além de Marin, Jeffrey
Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael
Esquivel. Um mandado de busca também será executado na sede da Concacaf, em
Miami, nos EUA.
O brasileiro J.Hawilla, dono da Traffic, conhecida empresa
de marketing esportivo, é um dos réus que se declararam culpados, assim como
duas empresas de seu grupo, a Traffic Sports International Inc. and Traffic
Sports USA Inc. Em dezembro de 2014, segundo a justiça dos EUA, ele concordou
em devolver mais de 151 milhões de dólares, sendo que US$ 25 mi foram pagos na
ocasião.
As acusações são de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de
dinheiro e obstrução de justiça.
Além de Hawilla, também se declararam culpados o
norte-americano Charles Blazer, ex-secretário-geral da Concacaf e
ex-representante dos EUA no Comitê Executivo da Fifa; Daryan e Daryll Warner,
filhos do ex-presidente da Fifa, Jack Warner.
De acordo com informações publicadas pelo jornal NY Times,
mais de uma dúzia de policiais suíços à paisana chegaram sem aviso prévio ao
Baur au Lac Hotel, local no qual executivos se hospedavam para o congresso
anual da organização, marcado para os dias 28 e 29 de maio, e renderam os
acusados de corrupção em ação pacífica, sem menor resistência dos envolvidos.
As polêmicas eleições para as sedes das Copas do Mundo de
2018 e 2022, que escolheram, respectivamente, Rússia e Catar, como sedes são
centro das investigações. No segundo pleito, o mais controverso, os Estados
Unidos buscavam o direito de receber o torneio.
A ação policial desta manhã de quarta-feira na Suíça terá um
grande efeito nos próximos dias da entidade, que marcou para esta sexta-feira a
eleição de um novo presidente. Novo, em teoria.
Joseph Blatter, no
comando da Fifa desde 1998, surgia como o grande favorito para mais um mandato;
o suíço possuía apenas a concorrência de Ali bin Al-Hussein, príncipe da
Jordânia.
O ex-jogador português Luís Figo, que fez história com a
seleção do país e as camisas de Real Madrid e Barcelona, também aparecia como
candidato até a semana passada. Entretanto, o antigo atleta desistiu do pleito
e acusou a Fifa de ser gerida como uma 'ditadura'. O dirigente holandês Michael
Van Praag também lançou campanha, mas também se retirou.