sexta-feira, 29 de maio de 2015

GREVE DOS PROFESSORES E A PROPOSTA DO GOVERNO

Richa diz que proposta aos servidores é séria e "irrecusável"
Para governador, estado chegou ao limite. "Vamos deixar de lado a intransigência e vamos voltar ao trabalho", cobrou
Marco Feltrin - Redação Bonde
O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), publicou um vídeo em seu perfil no Facebook comentando a nova proposta de reajuste salarial aos servidores, apresentada esta semana na Assembleia Legislativa.
A proposta governista é de reajuste de 3,45% parcelados entre os meses de setembro, outubro e novembro, repondo a inflação do ano passado, e cerca de 8,5% em janeiro de 2016, para repor a inflação de 2015.
A iniciativa foi rechaçada pela categoria, mas o governador afirma que o Estado chegou em seu limite. "É uma proposta séria, irrecusável nas circunstâncias da crise econômica que vive o Brasil hoje. Fui surpreendido com a recusa da APP. Estou convencido que esta atitude ultrapassou a defesa dos interesses salariais dos professores", disse Richa, associando a movimentação sindical ao Partidos dos Trabalhadores (PT).
"Procuramos fazer o melhor para atender professores. Agora é hora de voltar para a sala de aula. Faço um apelo a professores e servidores. Vamos deixar de lado a intransigência e vamos voltar ao trabalho".
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"Indecorosa", diz professor da UEL sobre nova proposta do governo
Guilherme Batista - Redação Bonde
O vice-presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região (Sindiprol/Aduel), Nilson Magagnin Filho, não poupou críticas à nova proposta apresentada pelo Governo do Estado referente ao reajuste do funcionalismo.
"Ela é, no mínimo, indecorosa", afirmou em entrevista ao Bonde nesta quinta-feira (28).
Na nova proposta, apresentada aos servidores na quarta (27), o governo diminuiu de 5% para 3,45% a reposição salarial e, em contrapartida, se ofereceu a antecipar a data-base do próximo ano, estimada em 8,%, de maio para janeiro.
"Ela é péssima e nos deixou indignados", destacou o sindicalista, também criticando o fato de o poder público ter discutido os novos pontos apresentados de forma unilateral. "Nada pode ser posto unilateralmente quando se trata de uma data-base", observou.
Os professores da UEL estão em greve desde o início de maio; paralisação fez universidade suspender calendário acadêmico e o vestibular 2016.
Ele também disparou contra a intenção do governo de antecipar a data-base a partir do próximo ano. "É quando patrão e empregado sentam para discutir reajuste salarial. O patrão, no caso o Governo do Estado, não pode decidir o período de discussão sem comunicar os seus funcionários", argumentou.
Magagnin Filho afirmou que o Sindiprol/Aduel pretende discutir a nova proposta do governo com os outros sindicatos antes de levá-la para ser votada em assembleia.
"Vamos propor uma grande articulação às outras entidades com o objetivo de fazer uma análise mais profunda da proposta e afinar o discurso", explicou, acrescentando que o sindicato pretende marcar a assembleia para apresentar o que foi analisado aos professores no início da próxima semana.