sábado, 4 de abril de 2015

Haja estômago

A polícia identificou um próspero comércio de dossiês em Londrina, onde correm as investigações do Gaeco e onde a imprensa adjacente se nutre de ingredientes do escândalo. Nada a ver com o Ministério Público, que cumpre o seu papel e com louvor.
Questiona-se o método. A dança dos dossiês e a contradança das responsabilizações levianas. O comércio espúrio se dá na periferia onde a sociedade do espetáculo busca a sordidez tal qual os narradores de novelas da tv.
Marcada para terça-feira uma troca de dossiê por dinheiro, a denúncia é investigada.
A verdade é que, com desembaraço e destempero, campeia pelo submundo da política nativa a forma amesquinhada do dedurismo, uma espécie ainda mais torpe do gênero, porque dirige o indicador contra familiares, parentes e amigos do adversário que nada têm a ver diretamente com a questão.
Investigar, denunciar e punir atos de corrupção são tarefas louváveis. Lançar mão desse processo com expedientes para atingir o adversário é um gesto de primitivismo político tão reprovável quanto a corrupção.
Fonte: Fábio Campana