Em caso de descumprimento, há multa de R$ 10 mil; sindicato
vai recorrer.
do G1 PR:
A Justiça concedeu uma liminar neste sábado (28)
considerando a greve dos professores e servidores do Estado do Paraná ilegal e
abusiva.
O pedido foi protocolado pelo governo estadual na tarde de
sexta-feira (27) e acatado pelo juiz de plantão do estado, Victor Martin
Bapschke.
Conforme a determinação, os professores devem voltar às
escolas na segunda-feira (2). Haverá multa diária de R$ 10 mil para quem
desobedecer à ordem.
Por ser considerada ilegal judicialmente, o Estado vai
descontar todos os dias parados da folha salarial de quem aderiu à paralisação.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do
Paraná (APP-Sindicato), Hermes Leão, diz que os professores ainda não foram
notificados oficialmente, mas garante que a categoria recorrerá da decisão.
“É muito ruim que o governador, em vez de fazer um esforço
para assumir o compromisso que ele mesmo firmou com a categoria, mais uma vez
se comporte como imperador. O Paraná, como se vê, já não é mais uma
democracia”, afirma Leão.
Segundo o presidente da APP-Sindicato, não há condição
alguma das aulas voltarem na segunda-feira.
A assembleia estadual para decisão sobre o fim ou não da
greve, convocada para a próxima quarta-feira (4), está mantida.
“Enquanto o governador não atender a todos os pontos que
estamos pedindo, a greve continua. Não há condição nenhuma de voltar às aulas,
até porque muitas escolas não têm estrutura para isso. Eu garanto: as aulas não
voltam, mesmo com a decisão da Justiça. Temos prazo para o recurso e, até
quando houver possibilidade, vamos manter o movimento”, ressalta o grevista.
O governo se pronunciou por meio de nota, argumentando que
os professores não honraram o acordo definido na última reunião entre as
partes, no Palácio Iguaçu, na quinta-feira (25).
De acordo com o comunicado, a parte do Estado está sendo
“integralmente cumprida”.
A nota ainda sugere que “existe uma divisão entre grupos
dentro do comando grevista, transformando a greve na rede pública em movimento
político, cujo único objetivo é desgastar o governo e tumultuar o ambiente
social”.
Leão nega que haja divisão e alega que o governo estadual
quer dividir a categoria.
“Não tem lógica. Eles estão fazendo isso para tentar dividir
e desestruturar o movimento. Eles sabem muito bem como funciona. Estão sendo
desonestos”.
Greve dura 19 dias
A greve dos professores foi deflagrada há 19 dias, depois
que o governo atrasou o terço de férias da categoria. O movimento se acirrou
depois que chegou à Assembleia um pacote de medidas de ajuste fiscal.
Quase um milhão de alunos da rede estadual estão sem aulas
desde o dia 9 de fevereiro, dia para o qual o começo do ano letivo estava
agendado.
Desde o início da greve, vários servidores estão acampados
no Centro Cívico, onde fica a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e o
Palácio Iguaçu.
Eles chegaram a invadir o Legislativo quando deputados
tentaram aprovar em apenas um dia um pacote de medidas de austeridade que
poderia mexer com benefícios dos servidores. Os projetos foram retirados pelo
governo para revisão.
Fonte: Fábio Campana