Na reta final da campanha presidencial, o candidato Aécio
Neves (PSDB) ganhou um apoio improvável. Lindinalva Silva, 58, tomou as redes
sociais de Mato Grosso ao protagonizar um vídeo caseiro com pedidos de
“consciência” aos brasileiros e votos ao tucano.
Quem é Lindinalva? É meia-irmã (por parte de pai) do
ex-presidente Lula. Em entrevista à Folha, diz que seguiu os ensinamentos
deixados pelo irmão ilustre para referendar seu posicionamento político nestas
eleições.
“Não me sinto incomodada pensando desta forma. Lula lutou
pela democracia e liberdade de opinião. Ele sempre deixou claro que não queria
forçar nenhum irmão a seguir o que ele acreditava”, afirma.
A escolha em fazer as vezes de cabo eleitoral de Aécio
ganhou força, segundo Lindinalva, a partir do desempenho do primeiro governo de
Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição.
“Dilma já teve a chance dela. Em quatro anos não fez o que
prometeu.”
Lindinalva só diminui o tom da crítica quando analisa a
gestão do irmão (2003-2010).
“Nunca falei mal do meu irmão porque ele foi ótimo para o Brasil. O problema é que a Dilma não acompanhou o que Lula fez”, afirma.
“Nunca falei mal do meu irmão porque ele foi ótimo para o Brasil. O problema é que a Dilma não acompanhou o que Lula fez”, afirma.
“Eu não estou
pensando em familiar nenhum, mas no Brasil todo, principalmente, nos cristãos”,
disse no vídeo que circula na internet.
Lindinalva reside em Cuiabá, a capital de Mato Grosso, desde
1989. Ela se diz evangélica pertencente à Comunidade Pão da Vida.
Afirma que a maior parte dos fiéis de sua igreja tem medo
“do comunismo” e que, por lá, “tucanos são maioria”.
Para reforçar seu posicionamento, estampa no vídeo a cópia do Decreto 8.243, que ganhou de um pastor.
Para reforçar seu posicionamento, estampa no vídeo a cópia do Decreto 8.243, que ganhou de um pastor.
O decreto, sancionado por Dilma, instituiu neste ano a
Política Nacional de Participação Social, que incorporou os conselhos sociais
no debate sobre as políticas públicas do país.
A lei, no entanto, é questionada pela oposição que quer
sustar seus efeitos legais. “Achei arbitrário”, diz Lindinalva.