sábado, 27 de setembro de 2014

Prefeito de São Jerônimo da Serra vira alvo de CP

A Câmara de Vereadores de São Jerônimo da Serra (Região Metropolitana de Londrina) aprovou por unanimidade, na terça-feira à noite, a abertura de Comissão Processante (CP), que pode resultar na cassação do mandato do prefeito Adir dos Santos Leite (PSDB).
O tucano, que está licenciado do cargo há mais de 40 dias, desde que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a operação Sucupira na cidade, foi denunciado no Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná como suposto líder de "organização criminosa", que teria desviado dinheiro público da prefeitura.
A denúncia contra Adir, por infração político-administrativa, foi protocolada na Casa pelo servidor municipal Ademir Proença e levada ao plenário para votação pelo vereador Marcelo Scerbo (PMDB).
De acordo com a assessora da presidência da Câmara, Diane Fernanda Barbosa Rodrigues, "o regimento interno permite que qualquer cidadão faça a denúncia, mas deve ser endossada por um vereador".
Marcelo fica impedido de votar questões envolvendo a CP e o suplente dele, Haildo Martins (PMDB), foi convocado na terça-feira.
Reunião Câmara de SJS
Segundo o presidente da Casa, Alfredo Bernardo (PP), "muitas pessoas foram acompanhar a votação, tinha gente até na frente da Câmara".
Embora a denúncia popular contra Adir estivesse protocolada há mais de duas semanas, Alfredo justificou a demora para levá-la a plenário. "Demorou porque a gente queria fazer da melhor maneira, sem erros."
Ele informou que deve ser concretizada hoje a contratação, por dispensa de licitação, de assessoria jurídica para a CP.
Vão atuar na investigação os vereadores Alcidio Gabriel (PPL), como presidente; Sidney Navarro (PT), como relator; e José da Silva (PTB), como membro.
O advogado Maurício Carneiro e o prefeito Adir estavam na sessão de terça-feira, "mas a defesa foi impedida de se manifestar".
Carneiro pediu a palavra, mas a presidência negou. "A CP começa marcada por violar o direito de defesa. Eu iria suscitar questão de ordem, que somente o presidente poderia resolver. É uma investigação de cartas marcadas."
Alfredo disse que Adir será notificado oficialmente para apresentar defesa durante a investigação.
Fonte: Folha de Londrina