O pedido, segundo Dilma, será encaminhado ao ministro do STF
Teori Zavascki, relator do caso na Corte.
"Eu quero saber. Não é possível que a revista Veja [que
publicou reportagem sobre o assunto] saiba alguma coisa e o governo não saiba
quem está envolvido", disse a presidenta, que afirmou que não tomará
medidas "baseada no disse-me-disse".
O governo já havia pedido acesso às declarações feitas por
Costa à PF e ao Ministério Público Federal, que negaram a solicitação.
O ex-diretor da Petrobras prestou as informações em um
acordo de delação premiada. Na negativa, em ofício enviado ao ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
explicou que o sigilo do depoimento tem que ser mantido até que a Justiça
transforme o caso em ação penal.
"Agora pedirei ao juiz. Quero ser informada se no
governo tem alguém envolvido", acrescentou Dilma, que voltou a criticar o
vazamento de informações do depoimento de Costa. Segundo a presidenta, esse
tipo de prática compromete as provas, o que pode impedir a condenação e
aumentar impunidade.
"O câncer que tem nos processos de corrupção é que a
gente investiga, investiga, investiga e continuam impunes. Eu tenho imenso
compromisso contra a impunidade, porque o pai, o compadre do crime de
corrupção, de lavagem de dinheiro, do crime financeiro, é a impunidade",
avaliou.
Dilma voltou a dizer que não fará julgamentos ou tomará
medidas em relação às denúncias com base em notícias veiculadas na imprensa.
"Não reconheço na revista Veja, nem em nenhum outro órgão
de imprensa o status que tem a Polícia Federal, o Ministério Público e o
Supremo. Não é função da imprensa fazer investigação. Eu não pré-julgo e não
comprometo a prova", acrescentou.
Agência Brasil