Após exaustivas negociações com a direção da COPEL-Companhia
Paranaense de Energia, os trabalhadores da estatal vão cruzar os braços. Duas paralisações estão programadas: amanhã,
terça-feira dia 22 vai acontecer a primeira de 24 horas, e depois haverá outra
de 48 horas dias 29 e 30 de novembro. A decisão foi tomada na noite de
sexta-feira 9 de novembro numa eleição com a participação de uma grande maioria
dos trabalhadores. Mais de 73% dos funcionários da COPEL que participaram das
diversas assembléias estaduais da categoria recusaram a proposta de reajuste
salarial da Companhia. A COPEL oferece apenas a reposição da inflação no
período. Os trabalhadores querem um ganho real de 2,5%. Esse ano o ‘coletivo
sindical’ da COPEL, formado por 16 sindicatos representativos dos
trabalhadores, está dando um basta.
Com a paralisação de amanhã os cerca de 9.500 funcionários
da COPEL irão cruzar os braços. Isso não acontecia há 23 anos, lembra o
secretário geral do SINDENEL-Sindicato
dos Eletricitários de Curitiba, Luiz Eduardo Reway Nunes. “Infelizmente a
direção da COPEL esqueceu de valorizar seus funcionários, e as perdas salariais
vêm se acumulando ao longo dos anos. Enquanto isso a Companhia vem batendo
recordes de lucratividade”, diz Luiz Eduado.
Outra denúncia do coletivo sindical é a inversão da
propaganda promovida pela COPEL. “Para os acionistas a direção da Companhia
apresenta quadros altamente lucrativos com expectativas de elevados rendimentos
acionários, promovendo essa lucratividade nas TVs, jornais, revistas, etc. E
com isso reajusta salários de seus diretores em mais de 42%. Enquanto isso,
para os trabalhadores, nas rodadas de negociação, são apresentados índices
negativos, projetando um futuro negro para a COPEL, numa tentativa de
justificar a falta de reajustes’, diz o presidente do SINDELPAR-Sindicato dos
Eletricitários do Paraná, Paulo Sérgio dos Santos.
Em Curitiba os trabalhadores vão promover um ‘buzinaço’,
durante toda essa terça-feira na frente do escritório da COPEL, na esquina das
ruas Cel. Dulcídio e Av. Batel. “Estamos mobilizados em todo estado e a exemplo
da capital, vamos mostrar à população o descaso da Companhia com seus
funcionários, e dessa vez a paralisação irá acontecer em todos os setores da
COPEL”, diz o presidente do SINTEC-PARANÁ-Sindicato dos Técnicos Industriais do
Paraná, Solomar Rockembach.
Coletivo Sindical dos Trabalhadores da COPEL