quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O verdadeiro conto de Natal

Conheço vários livros de contos de Natal, todos inventados e românticos somente para comover os leitores e as platéias. Conheço, porém, um conto de Natal que também foi inventado, mas que depois se tornou verdadeiro. Aconteceu numa escola. A diretora planejou fazer um auto de Natal para os pais, cujo teatro seria representado pelos próprios alunos.
Foi difícil acertar qual dos alunos faria o papel de São José. Mais difícil ainda foi encontrar a atriz de Nossa Senhora. Havia muitos candidatos para os mais variados papéis. Uma das maiores dificuldades, entretanto, era o pedido insistente de um menino chamado Flávio, portador de uma necessidade especial, que desejava tomar parte ativa no teatro.
Não por preconceito, mas por delicadeza diante a situação, a diretora não estava encontrando um papel que fosse de fácil execução e contentasse, de um lado, o Flávio e, de outro, a platéia. Por fim, a diretora descobriu que o Flávio poderia representar o papel de chefe da hospedaria de Belém e que diria apenas uma frase.

Quando São José e Nossa Senhora batessem à porta, pedindo um lugar para eles, o hospedeiro Flávio deveria responder: “Está tudo lotado e não há mais nenhum lugar para vocês.”

No dia do teatro, os pais aplaudiam os atores e suas apresentações. E chegou a hora tão esperada para a atuação de Flávio.São José bateu à porta e disse: “É noite, estamos viajando e precisamos de um lugar para Maria e para mim.” E o Flávio, segundo o ensaiado, repetiu: “Está tudo lotado e não há mais nenhum lugar para vocês.”

São José disse: “E agora Maria? Já é noite, você está precisando descansar e o homem disse que está tudo lotado. Eu não sei mais para onde ir.” Foi então que, inesperadamente, o hospedeiro Flávio improvisou: “Se vocês não sabem para onde ir, eu tenho uma casa grande onde moro e vou levá-los para lá”. Surpresa, a plateia explodiu em aplausos diante da grandeza do coração de Flávio.

A história real traz uma mensagem para cada um de nós neste Natal. Novamente Jesus Cristo não tem lugar para ficar, em tantas hospedarias, lares, estúdios de televisão e corações egoístas. Oxalá o artista Flávio nos ensine a repetir: “Eu tenho um coração grande e um lugar para Jesus e seu Evangelho.”