domingo, 16 de janeiro de 2011

Tsunami nas montanhas - Região serrana do Rio de Janeiro sofreu desastre com as chuvas



Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Com o volume de água desabado; a região serrana carioca não teria como sair ilesa destas chuvas

Por: Glória Custódio

Esse número de mortos também coloca a tragédia como o mais mortífero desastre natural no Brasil nos últimos anos, de acordo com o levantamento. Vidas perdidas, sonhos interrompidos, perdas irreparáveis, esse foi o saldo negativo das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro.
Nova Friburgo é a cidade até o momento mais atingida pela destruição.
O número de mortos ainda deve aumentar, segundo a contagem das prefeituras das cidades atingidas, já que as buscas por mais vítimas devem continuar nos próximos dias e as áreas são de difícil acesso.

A cidade ficou irreconhecível, com praças debaixo de lama, lixo e carros dentro de canais dos córregos arrastados pela correnteza.
As enchentes na região serrana do Rio de Janeiro já é o 6º maior desastre relacionado a chuvas, onde pelo menos quase 700 pessoas já morreram em conseqüência das enchentes e deslizamentos provocados pela chuva – número que ainda pode aumentar.
O total de mortos nas enchentes no Rio de Janeiro também ultrapassou os maiores desastres no Brasil desde 2000 - as enchentes de abril do ano passado no Rio, que deixaram 256 mortos, as inundações de 2003 no Nordeste e no Sudeste, que mataram 161, e as enchentes de 2008 em Santa Catarina, que deixaram 151 mortos.
Tudo que tem acontecido está associado à desordenada ocupação urbana de áreas inadequadas para moradia.
Foi uma avalanche com um grande poder destrutivo, onde a massa de terra e detritos acabou com o que estava pela frente.

Carros viraram um amontoado de ferros retorcidos e destruídos devido à fúria com que o lamaçal descia das encostas. Nem ricos nem pobres foram poupados de passar por esse dia que ficará marcado na memória daqueles que tiveram a sorte de sobreviver à essa tragédia.
A população do Rio de Janeiro chora por seus mortos que foram envolvidos nesse “tsunami” de chuva, que arrasou vilas e comunidades inteiras.
Por onde a água, a lama e pedras passaram levou o que encontrava pela frente. Famílias inteiras foram mortas soterradas. Uns que passavam o período de férias em pousadas, ou moradores dos locais atingidos.
A comoção tomou conta do Brasil e do mundo, que diariamente acompanha nos noticiários os relatórios dos números de mortos cada vez mais aumentando.
A precariedade dos civis, militares e voluntários em conseguir chegar às áreas isoladas, deve-se ao risco de um novo deslizamento, ou por encontrar barreiras para se chegar a essas pessoas, ficando impossibilitados de realizar os resgates.

Em Teresópolis caminhão de pescados foi utilizado como depósito de vítimas não identificadas. Corpos são encontrados a todo o momento em meio ao grande amontoado de entulhos e escombros das casas. Pessoas de todas as idades perderam suas vidas. Ainda existe a dificuldade de identificação dos corpos, onde em alguns noticiários foi visto que algumas pessoas fizeram valas e enterraram seus entes, devido à demora em receber os laudos, mesmo com uma grande equipe de peritos envolvidos em apressar as identificações.
Para quem conseguiu sobreviver, ficou com grandes traumas psicológicos pelas perdas dos entes queridos e por terem presenciado o maior desastre natural do Brasil.
O cenário é de tristeza e comoção total entre os moradores que perderam tudo, e estão sem perspectivas de futuro, pois bairros inteiros foram destruídos.
Muitos desabrigados estão sem casa, vivendo em tetos improvisados temporariamente. Algumas localidades isoladas. Os sobreviventes clamam por água, comida e remédio, ficando assim desesperados, pois o socorro está difícil de chegar.

Os bombeiros que estão trabalhando nos locais atingidos relatam que uma das maiores dificuldades encontradas pelas equipes de regaste na região serrana do Rio é a falta de comunicação, já que os telefones e a internet estão com problemas.
Outra dificuldade enfrentada pelas equipes de resgate é em relação aos acessos em algumas partes das cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo.
A cada dia nos vimos diversos órgãos de imprensa cenas que causam emoção, como por exemplo, o caso de uma mulher que ficou isolada, tendo apenas a companhia de uma filha, pois seu marido estava morto na sua frente, e ela sem poder fazer nada, apenas velando o corpo do seu amado; esperando o resgate chegar para encaminhá-lo para o IML.

Mesmo quem não presenciou o acontecimento ficou comovido com tantas mortes, pois após um ano do desastre de Angra dos Reis; outras localidades do Rio de Janeiro foram afetadas com as chuvas de verão do mês de janeiro.
Em 1967 a cidade litorânea do estado de São Paulo sofreu com a morte de 436 pessoas. Até hoje essa era a maior tragédia climática do país.

Angra dos Reis

1º janeiro de 2010 = Em Angra dos Reis, dois deslizamentos causaram 53 mortes no primeiro dia de 2010, no morro da Carioca, em Angra, e na Praia do Bananal, na Ilha Grande.

Niterói

5 e 6 de abril de 2010 = Temporais no estado deixaram 257 mortos. Em Niterói, a região mais atingida, 168 pessoas morreram.

Morro do Bumba

7 de abril de 2010 = Na madrugada um deslizamento no morro do Bumba matou 45 pessoas.