sábado, 9 de maio de 2015

APP só votará fim da greve quando governo divulgar índice de reajuste salarial

Celso Felizardo e Adriana de Cunto - Folha de Londrina
O dia de ontem (8) foi marcado por protesto e comemorações por parte dos servidores estaduais com a saída de Fernando Francischini do cargo de secretário de Segurança Pública.
Em Londrina, logo pela manhã, cerca de dois mil manifestantes desceram em passeata o Calçadão Central, segurando cartazes e entoando hinos contra o governo do Paraná.
Em Curitiba, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP/Sindicato) avaliou os avanços na conversa com a nova secretária de Educação, Ana Seres Trento Comin.
O governo do Estado não divulgou o resultado da reunião de quinta-feira à noite entre as pastas da Educação, Fazenda, Administração e Casa Civil sobre o reajuste salarial dos servidores.
A divulgação do índice é aguardada principalmente pelos professores e funcionários das escolas públicas do Estado, em greve desde 25 de abril.
O presidente do APP/Sindicato, Hermes Silva Leão, disse ontem que a Secretaria Estadual de Educação (Seed) não entrou em contato para tentar antecipar a próxima rodada de negociação, marcada para a próxima terça-feira.
O sindicalista afirmou que a categoria está mobilizada para marcar uma assembleia assim que o governo divulgue oficialmente o índice de reajuste. O impasse é que o governo não sinalizou com a reposição da inflação dos últimos 12 meses, em torno de 8,4%.
A secretária de Finanças do sindicato, Marlei Fernandes de Carvalho, informou que ontem foi um dia avaliativo e de preparação das próximas ações.
Segundo ela, apesar de ainda não receberem respostas, os professores perceberam um pequeno avanço nas negociações com a nova secretária de Educação.
"Foi um contato de aproximação e retomada. Ela se comprometeu de encaminhar a pauta da Educação ao governo, o que o secretário anterior se recusava a fazer", disse.
Além do reajuste, entre os principais itens de reivindicação estão a lei da data-base, porte de escola, abertura de concurso públicos, enquadramento dos aposentados, ampliação da hora atividade e incorporação do auxílio transporte.
Marlei também expôs a comemoração da categoria com a demissão de Francischini. "Foi o mínimo que nós esperávamos, pois ele não tinha condições políticas, morais nem éticas para permanecer no cargo. Este 29 de abril não será esquecido nunca", frisou.
Ela adiantou que terça-feira os professores devem se concentrar no Centro Cívico durante nova reunião do governo. "Estamos à disposição para voltarmos a nos reunir a qualquer momento, se houver de fato novidade em atendimento a nossa pauta. Continuamos firmes e fortes, a greve continua, continuamos mobilizados e aguardaremos esta posição do governo", pontuou Marlei.