domingo, 26 de abril de 2015

Foi decidido: será retomada a greve dos professores do Paraná

A Assembléia realizada na manhã deste sábado (25), em Londrina, decretou a retomada da greve dos cerca de 12 mil professores no Paraná. Mais de 3 mil professores participaram da assembléia.
O projeto de lei que a altera a Paranaprevidência deve ser votado durante a semana pelos deputados estaduais. Na assembléia, os professores definiram uma nova mobilização em Curitiba para ocupar o Centro Cívico durante toda votação.
A exigência dos sindicatos dos servidores é para que o governo retire o projeto e restabeleça o processo de negociação com as categorias.
O governo determinou ainda que as faltas de professores e funcionários sejam descontadas em folha de pagamento.
Além disso, a Procuradoria Geral do Estado vai entrar na Justiça para pedir que a greve dos professores seja considerada ilegal e abusiva.
A última greve durou 29 dias entre fevereiro e março e atrasou o início do ano letivo. O movimento foi marcado pela tomada da Assembléia Legislativa até que o governo desistiu do "tratoraço" para aprovar o PL 252/2015.
O governo estadual afirma que o Fundo Previdenciário está capitalizado em mais de R$ 8,5 bilhões em investimentos.
O Executivo argumenta ainda que esta migração proporcionará uma economia de R$ 125 milhões, por mês, com o pagamento de benefícios.
Uma liminar expedida pelo magistrado Eduardo Lourenço Bana fixa através de Decreto uma multa de R$ 100 mil para a APP Sindicato em caso de ocupação/bloqueio de acesso à Assembléia Legislativa durante os dias de votação.
A Polícia Militar do Paraná começou a cercar a Assembléia com um cordão de isolamento, o objetivo é impedir a repetição das cenas de invasão do plenário e o cerceamento do funcionamento do Legislativo e garantir a votação de dois projetos do programa de ajuste fiscal.
Em Assaí, na manhã desse domingo (26), professores dos colégios Barão do Rio Branco, Conselheiro Carrão, Walerian Wrosz e CEEP (Centro Estadual de Educação Profissional) estiveram reunidos no auditório do Barão para traçar os próximos passos, no qual entraram em acordo de aderirem à greve.
A Professora Vanilda Correa falou em nome dos professores: “Vivemos em uma sociedade democrática e a decisão da Assembléia é soberana. A maioria optou pela greve. A greve é penosa para toda a comunidade escolar: pais, mães, estudantes e, principalmente para professores. Desde o início do ano vivemos um verdadeiro pesadelo. Trabalhamos sob pressão psicológica, pois não sabemos qual vai ser a próxima decisão do governo. Temos várias pendências na carreira da nossa categórica. Mas, no momento, o foco é a questão previdenciária. É a nossa "poupança" que é descontada mensalmente de nossos salários que está a beira de ser abocanhada para pagar outros fins. Não podemos pagar uma conta que não é nossa. O dinheiro que depositamos todo mês é ( ou era ) a garantia que  teremos ( teríamos ) uma garantia de uma aposentadoria tranqüila. Estamos sofrendo muito, todos os professores. Sofremos pelas incertezas, sofremos porque há uma frustração por parte de nossos queridos alunos. Além da preocupação pessoal, também preocupamos com a formação dos nossos educandos. Eu escolhi essa profissão e amo meus alunos. Trabalhamos, lutamos, para um mundo melhor para nossos filhos, e para nossos alunos. Estamos desacreditados da política, dos políticos, de tanta corrupção, de tanto descompromisso. Vivemos em um momento histórico. O momento da descoberta das "falcatruas" políticas. Acredito que sempre existiu mas era velada, agora com a globalização, com as tecnologias midiáticas, estamos descobrindo a pontinha do iceberg. A população brasileira está em choque porque apareceu uma pequena porcentagem da corrupção que sempre existiu. Imagine se aparecesse tudo que já foi de corrupção desde que o Brasil foi achado. Para terminar, a reinstalação da greve, neste momento, tem um único motivo, o confisco da Previdência. Num outro momento vamos lutar por outros questões educacionais. E que fique bem claro, nós, funcionários públicos, não temos o Fundo de Garantia, como os trabalhadores da iniciativa privada. Quando aposentamos não recebemos nada. Apenas o salário, proveniente da nossa poupança mensal para o Fundo Previdenciário do Paraná. E agora? Até isso querem nos tirar? Não permitiremos. Lutaremos até o fim contra essa insanidade”, desabafou a professora.
A mobilização em Curitiba está prevista para começar a partir das 10h de segunda-feira (27).
Fonte: AssaiOnline