O projeto de lei que a altera a Paranaprevidência deve ser
votado durante a semana pelos deputados estaduais. Na assembléia, os professores
definiram uma nova mobilização em Curitiba para ocupar o Centro Cívico durante
toda votação.
A exigência dos sindicatos dos servidores é para que o
governo retire o projeto e restabeleça o processo de negociação com as
categorias.
O governo determinou ainda que as faltas de professores e
funcionários sejam descontadas em folha de pagamento.
Além disso, a Procuradoria Geral do Estado vai entrar na
Justiça para pedir que a greve dos professores seja considerada ilegal e
abusiva.
A última greve durou 29 dias entre fevereiro e março e
atrasou o início do ano letivo. O movimento foi marcado pela tomada da
Assembléia Legislativa até que o governo desistiu do "tratoraço" para
aprovar o PL 252/2015.
O governo estadual afirma que o Fundo Previdenciário está
capitalizado em mais de R$ 8,5 bilhões em investimentos.
O Executivo argumenta ainda que esta migração proporcionará
uma economia de R$ 125 milhões, por mês, com o pagamento de benefícios.
Uma liminar expedida pelo magistrado Eduardo Lourenço Bana
fixa através de Decreto uma multa de R$ 100 mil para a APP Sindicato em caso de
ocupação/bloqueio de acesso à Assembléia Legislativa durante os dias de
votação.
A Polícia Militar do Paraná começou a cercar a Assembléia
com um cordão de isolamento, o objetivo é impedir a repetição das cenas de
invasão do plenário e o cerceamento do funcionamento do Legislativo e garantir
a votação de dois projetos do programa de ajuste fiscal.
Em Assaí, na manhã desse domingo (26), professores dos
colégios Barão do Rio Branco, Conselheiro Carrão, Walerian Wrosz e CEEP (Centro
Estadual de Educação Profissional) estiveram reunidos no auditório do Barão
para traçar os próximos passos, no qual entraram em acordo de aderirem à greve.
A Professora Vanilda Correa falou em nome dos professores:
“Vivemos em uma sociedade democrática e a decisão da Assembléia é soberana. A
maioria optou pela greve. A greve é penosa para toda a comunidade escolar:
pais, mães, estudantes e, principalmente para professores. Desde o início do
ano vivemos um verdadeiro pesadelo. Trabalhamos sob pressão psicológica, pois
não sabemos qual vai ser a próxima decisão do governo. Temos várias pendências
na carreira da nossa categórica. Mas, no momento, o foco é a questão
previdenciária. É a nossa "poupança" que é descontada mensalmente de
nossos salários que está a beira de ser abocanhada para pagar outros fins. Não
podemos pagar uma conta que não é nossa. O dinheiro que depositamos todo mês é
( ou era ) a garantia que teremos (
teríamos ) uma garantia de uma aposentadoria tranqüila. Estamos sofrendo muito,
todos os professores. Sofremos pelas incertezas, sofremos porque há uma
frustração por parte de nossos queridos alunos. Além da preocupação pessoal,
também preocupamos com a formação dos nossos educandos. Eu escolhi essa
profissão e amo meus alunos. Trabalhamos, lutamos, para um mundo melhor para
nossos filhos, e para nossos alunos. Estamos desacreditados da política, dos
políticos, de tanta corrupção, de tanto descompromisso. Vivemos em um momento
histórico. O momento da descoberta das "falcatruas" políticas.
Acredito que sempre existiu mas era velada, agora com a globalização, com as
tecnologias midiáticas, estamos descobrindo a pontinha do iceberg. A população
brasileira está em choque porque apareceu uma pequena porcentagem da corrupção
que sempre existiu. Imagine se aparecesse tudo que já foi de corrupção desde
que o Brasil foi achado. Para terminar, a reinstalação da greve, neste momento,
tem um único motivo, o confisco da Previdência. Num outro momento vamos lutar
por outros questões educacionais. E que fique bem claro, nós, funcionários
públicos, não temos o Fundo de Garantia, como os trabalhadores da iniciativa
privada. Quando aposentamos não recebemos nada. Apenas o salário, proveniente
da nossa poupança mensal para o Fundo Previdenciário do Paraná. E agora? Até
isso querem nos tirar? Não permitiremos. Lutaremos até o fim contra essa insanidade”,
desabafou a professora.
A mobilização em Curitiba está prevista para começar a
partir das 10h de segunda-feira (27).
Fonte: AssaiOnline
Fonte: AssaiOnline