Mobilização em Curitiba nesta semana: para APP Sindicato,
decisão de recorrer à Justiça mostra que governo "não sabe negociar".
Londrina - O Governo do Estado decidiu encerrar as
negociações com os professores e servidores da rede pública de ensino e ontem
entrou com pedido de liminar no Tribunal de Justiça (TJ) para que a greve
iniciada há 20 dias seja encerrada.
Segundo informações da assessoria da Casa Civil, na petição
a Procuradoria Geral do Estado solicita o início imediato das aulas para esta
segunda-feira, argumentando que como há uma negociação em curso e as
reivindicações em pauta "estão sendo atendidas dentro das possibilidades
do governo", não há uma "justificativa legal" para que a
paralisação continue. A expectativa da PGE era que a liminar fosse julgada
ainda ontem.
A direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública
(APP Sindicato) disse que ainda não havia sido notificada da ação até o início
da noite, mas adiantou que caso a liminar fosse concedida pelo TJ o
departamento jurídico da entidade entraria com recurso.
A APP Sindicato já havia marcado para a próxima
quarta-feira, dia 4 de março, nova assembleia geral em Curitiba para discutir
as propostas encaminhadas pelo governo.
Na última quarta-feira, quando houve a terceira rodada de
negociações entre a categoria e o Executivo, o chefe da Casa Civil, Eduardo
Sciarra (PSD), já sinalizava com o esgotamento da pauta e disse que o governo
estava pronto para que as aulas começassem na próxima segunda-feira.
O secretário de comunicação da APP Sindicato, Luiz Fernando
Rodrigues, disse que o pedido de liminar "é reflexo de um governo que não sabe
negociar, tanto que o governador não apareceu em nenhuma das rodadas de
negociação".
"Há um clima de desconfiança em relação ao governo.
Eles estão falando em reenviar à Assembleia o projeto do Paranaprevidência, que
retira nossos direitos, e nós não sabemos em que condições. A greve é legal,
foi deflagrada em assembleia, e as propostas apresentadas pelo governo serão
discutidas também em assembleia, conforme prevê a lei", afirmou.
O sindicalista disse que mesmo que fosse determinado o
retorno às aulas na segunda-feira, as escolas estaduais não estariam prontas.
"Faltam professores e funcionários no nosso quadro
efetivo que o governo ainda não repôs", apontou.
Fonte: Folha de Londrina