A CP suspensa apura supostos contratos fraudulentos da
prefeitura com o empresário Odirlei Nigra, dono de um supermercado e de um
posto de combustíveis.
A decisão, proferida pela juíza substituta da Vara da
Fazenda Pública, Andrea de Oliveira Lima Zimath, atende pedido do prefeito, que
alega cerceamento de defesa no procedimento investigatório.
Na sessão da CP no dia 2 de dezembro, Adir prestou
depoimento pela primeira vez, mas das dez testemunhas arroladas por ele, apenas
duas foram ouvidas. Entre os que não compareceram estão os deputados estaduais
Tercilio Turini (PPS) e Evandro Junior (PSDB), que justificaram a ausência, e
três prefeitos municipais, cujos nomes não foram revelados.
Na ocasião, Turini disse à FOLHA que não mantém
relacionamento político com Adir e que "talvez o meu nome tenha surgido
por intermédio do vereador Isaque (Martins, PPS), mas eu não tenho conhecimento
dos fatos investigados".
Para a juíza, "a comissão processante deveria ter
diligenciado no sentido de providenciar a oitiva das testemunhas arroladas,
inclusive mediante condução coercitiva através do Judiciário para aquelas que
não compareceram sem justificativa". Ela determina também a suspensão do
transcurso do prazo de 90 dias da CP "pelo período que durar a colheita da
prova cerceada".
A assessoria jurídica da Câmara informou que ainda não havia
sido notificada da suspensão.
HISTÓRICO
Depois da operação Sucupira, em agosto, quando foram
cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)
mais de 50 mandados de busca e apreensão e de prisão em São Jerônimo e mais
sete cidades, 39 pessoas foram denunciadas à Justiça por corrupção, entre
vereadores, secretários municipais e familiares de Adir.
O prefeito, pelo foro privilegiado, foi denunciado ao
Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná. Mesmo afastado do cargo, o tucano segue
recebendo o salário (R$ 10 mil).
Fonte: Folha de Londrina