Leandro Mazzini
Quatro dias após o resultado oficial da eleição
presidencial, na qual uma pequena diferença de votos – diante do contingente
nacional – reconduziu a presidente Dilma (PT) ao segundo mandato, o PSDB
decidiu pedir oficialmente uma investigação da apuração dos votos.
Em nota oficial, o partido informa acreditar na segurança da
urna e no processo eleitoral, mas nas entrelinhas deixa claro que vê com
desconfiança a lisura do processo de totalização dos votos das urnas.
Informa a nota: “Temos absoluta confiança de que o Tribunal
Superior Eleitoral – TSE cumpriu seu papel, garantindo a segurança do processo
eleitoral. Todavia, com a introdução do voto eletrônico, as formas de
fiscalização, auditagem dos sistemas de captação dos votos e de totalização têm
se mostrado ineficientes para tranquilizar os eleitores quanto a não
intervenção de terceiros nos sistemas informatizados''.
“Diante deste quadro de desconfiança por parte considerável
da população brasileira, o Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB
decidiu apresentar ao TSE, no dia de hoje (30/10), um pedido de auditoria
especial''.
Os tucanos querem uma comissão especial “formada por pessoas
indicadas pelos partidos políticos, objetivando a fiscalização dos sistemas de
todo o processo eleitoral, iniciando-se com a captação do sufrágio, até a final
conclusão da totalização dos votos''.
Nesta quinta (30), duas faixas foram fixadas pela manhã na
Praça dos Três Poderes, na frente do Palácio do Planalto, com as inscrições
“Impeachment'' e “Fraude eleitoral''.
O mesmo grupo, criado em redes sociais, pretende promover um
novo protesto na frente do TSE nesta sexta-feira, com mais faixas.
Não há precedente no TSE para caso de partido questionar resultado
de eleição presidencial.
Houve um questionamento de resultado em 2010, sobre o
resultado da eleição para o governo de Alagoas, quando João Lyra, derrotado,
quis nova apuração dos votos diante da derrota para Teotônio Vilela. Em abril
daquele ano, o plenário rejeitou seu recurso.