Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos, com base na média
mundial de temperaturas sobre as superfícies de continentes e oceanos.
Este relatório é divulgado a poucos dias de uma importante
cúpula na ONU sobre as mudanças climáticas, onde, segundo a enviada sobre o
tema, Mary Robinson, será abordado seriamente o problema do aquecimento global.
A temperatura mundial de agosto de 2014 foi de 16,35º C, ou
seja, 0,75 grau Celsius acima da média mundial de 15,6°C do século XX, segundo
o relatório climático mensal da NOAA.
"Foi a maior diferença da média de qualquer mês no
registro", disse Jake Crouch, cientista da NOAA, que ressaltou que os
registros começaram em 1880.
A temperatura média mundial do semestre janeiro-agosto de
2014 também foi a mais quente da história: 0,68°C acima da média do século
passado, de 14,0°C.
"Se este desvio da média permanecer no restante de
2014, vamos superar 2010 como o ano mais quente registrado até agora",
dise Crouch a jornalistas.
Em outras palavras, se os meses que restam do ano também se
situarem como os mais quentes até agora, 2014 será o ano mais quente no mundo
do qual se tem notícia, explicou.
Trator ara a terra em Los Banos, Califórnia |
Em terra, as temperaturas nos Estados Unidos se mantiveram
dentro da média, mas partes de Europa, Ásia Central e Austrália estiveram entre
a média e um pouco mais frio que a média.
Mesmo a chegada do El Niño, o fenômeno climático que
esquenta as águas do Pacífico equatorial e produz uma temporada mais úmida que
o normal, não parece que será suficiente para reabastecer as reservas de água
da costa sudoeste dos Estados Unidos, devastada pela pior seca que sofreu em um
século.
"Neste ano, o El Niño não será o herói que tirará a
Califórnia da seca", disse Alan Haynes, hidrólogo da NOAA.
O ano de 2013 já havia sido um dos mais quentes no mundo
desde 1880. A temperatura média combinada de terras e oceanos foi na época de
14,52ºC, ou seja, 0,62 grau a mais que a média do século XX.
Diante deste panorama, mais de 120 líderes devem participar
da cúpula da ONU na próxima terça-feira, convocados a dar um novo impulso nos
esforços para abordar a ameaça da mudança climática antes de uma conferência crucial
em Paris, no próximo ano.
"Vamos ter a maior reunião de chefes de Estado já vista
no tema do clima num momento em que o mundo sabe que temos que avançar com
urgência", sustentou Robinson em uma entrevista à AFP na quarta-feira.
A ONU tenta limitar o aquecimento global a dois graus
centígrados acima dos níveis pré-industriais, mas os cientistas dizem que as
tendências anuais de emissão podem encaminhar as temperaturas a mais do dobro
deste nível até o fim do século.